10 de junho de 2025 quinta-feira
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Donald Trump pede cessar-fogo imediato na Ucrânia e não descarta retirar EUA da Otan

Trump pressionou neste domingo, 8, o líder russo Vladimir Putin a agir para alcançar um cessar-fogo imediato com a Ucrânia, descrevendo-o como parte de seus esforços ativos como presidente eleito para acabar com a guerra. “Zelenski e a Ucrânia gostariam de fazer um acordo e acabar com a loucura”, escreveu Trump no seu perfil no Truth Social, referindo-se ao presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski.

Em uma entrevista de televisão que foi ao ar neste domingo, Trump também disse que estaria aberto a reduzir a ajuda militar à Ucrânia e a retirar os Estados Unidos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Essas são duas ameaças que alarmaram a Ucrânia, os aliados da Otan e muitos membros da comunidade de segurança nacional dos EUA.

Ele se recusou a dizer se havia conversado com Putin desde que venceu a eleição em novembro. “Não quero dizer nada sobre isso, porque não quero fazer nada que possa impedir a negociação”, disse Trump.

Ações em busca do cessar-fogo começaram antes da posse

O apelo de Trump por um cessar-fogo imediato foi além das posições de política pública adotadas pelo governo Biden e pela Ucrânia e atraiu uma resposta cautelosa de Zelenski. Isso também marca a entrada incomum de Trump nos esforços, antes de sua posse em 20 de janeiro, para resolver uma das principais crises globais enfrentadas pelo governo Biden.

Trump fez sua proposta após uma reunião de fim de semana em Paris com líderes franceses e ucranianos, onde muitos líderes mundiais se reuniram para comemorar a restauração da Catedral de Notre-Dame, após um incêndio devastador. Nenhum dos assessores que viajaram com ele parecia ter conhecimento especializado sobre a Ucrânia.

Zelenski descreveu suas discussões de sábado com Trump como “construtivas”, mas não deu mais detalhes. Ele advertiu que a Ucrânia precisa de uma “paz justa e sólida, que os russos não destruam em poucos anos”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu à publicação de Trump repetindo a mensagem de longa data de Moscou de que a Rússia está aberta a conversações com a Ucrânia. Peskov fez referência a um decreto de Zelenski de outubro de 2022 que declarava “impossível” a perspectiva de quaisquer negociações enquanto Putin fosse o líder da Rússia.

Esse decreto veio depois que Putin proclamou quatro regiões ocupadas da Ucrânia como parte da Rússia, no que Kiev e o Ocidente disseram ser uma clara violação da soberania ucraniana

Ex-conselheiro de Trump diz que não há solução rápida

O ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, o militar aposentado H. R. McMaster, alertou que não existe uma solução rápida para acabar com a guerra da Rússia com a Ucrânia. “O que me preocupa é esse tipo de ideia falha de que Putin pode ser aplacado, que chegará a algum tipo de acordo”, disse McMaster à Fox News Sunday.

Embora Trump já tenha dito anteriormente que gostaria de ver um cessar-fogo rápido na Ucrânia, sua proposta no domingo foi enquadrada como um apelo direto à Rússia. As respostas rápidas da Ucrânia e da Rússia demonstraram a seriedade com que consideraram a ideia do presidente americano eleito.

Tanto Trump quanto o presidente Joe Biden apontaram, neste fim de semana, o desengajamento da Rússia na Síria. No país, os militares russos saíram do caminho enquanto os rebeldes sírios derrubavam o presidente Assad. Tratam como evidência da extensão em que a guerra da Ucrânia esgotou os recursos da Rússia.

O governo Biden e outros apoiadores da Ucrânia fizeram questão de não pressionar a Ucrânia por uma trégua imediata. Os aliados da Ucrânia temem que um acordo rápido seria, em grande parte, nos termos de seu vizinho mais poderoso, potencialmente forçando concessões prejudiciais à Ucrânia e permitindo que a Rússia retome a guerra novamente, uma vez que tenha recuperado sua força militar.

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